Aproximadamente 75% das mulheres têm estágio III (doença que se espalhou por toda a cavidade peritoneal ou que envolve linfonodos) ou estágio IV (doença que se espalhou para locais mais distantes) no momento do diagnóstico.
O objetivo do NACT (quimioterapia neoadjuvante) é reduzir a morbidade e mortalidade perioperatória e aumentar a probabilidade de ressecção completa da doença no momento da cirurgia citorredutora. Apesar dos resultados cirúrgicos potencialmente melhorados resultantes da NACT, estudos clínicos mostraram que a sobrevida não é melhorada com NACT seguida de cirurgia versus cirurgia padrão seguida de quimioterapia adjuvante.
Os dados disponíveis sugerem que, para mulheres selecionadas com estágio III ou IV EOC, NACT e citorredução de intervalo, seguida de quimioterapia adjuvante são semelhantes à citorredução primária e quimioterapia adjuvante, com relação à sobrevida global (OS) e sobrevida livre de progressão (PFS) e estão associados a menor morbidade e mortalidade perioperatória.
A decisão de prosseguir com NACT é baseada no estado clínico do paciente e se a doença é ou não ressecável no momento da apresentação. Portanto, para mulheres com EOC estágio III ou IV nas quais não está claro se a citorredução completa é possível, obtemos uma laparoscopia diagnóstica para avaliar visualmente a ressecabilidade. Usamos os critérios de ICP para avaliar o indice de carcinomatose peritoneal, porem algumas escolas utilizam tambem o indice de fagotti para essa avaliaçao.
A citorredução cirúrgica definitiva após NACT é tentada se houver uma chance razoável de ressecção do tumor macroscópico (objetivo preferencial) ou pelo menos de atingir uma citorredução ideal (ou seja, doença residual <10 mm), de preferência avaliada por um cirurgião com treinamento em oncologia ginecológica.